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quarta-feira, 29 de novembro de 2017

A alegria do paraíso

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"Capitão, me fale sobre você, sua esposa e as rosas! Me conte como era". Ryan havia acabado de contar ao capitão Miller, entre risos e lágrimas, a última vez que tinha visto seu irmão mais velho.

O campo de batalha era lugar de fortes emoções. A coragem aflora do medo. A alegria se mistura com a tristeza, covardia e heroísmo se digladiam na alma dos soldados.

A alegria de uma vitória, de uma conquista justificava todo o esforço dispensado, as perdas, as dores, o sangue, o suor, as lágrimas.

Somos todos incorrigíveis viciados em alegria! Como disse Dostojewskij, seríamos capazes de trocar toda nossa vida de frustrações e amarguras por alguns segundos de doce alegria. Não é à toa que o salmista disse: vale mais um dia nos teus átrios do que em outra parte mil.

Os átrios do Senhor é lugar de alegria perfeita. Mas como será esse dia na presença plena de Deus? Como será passar toda a eternidade no paraíso?

Houve uma época em que me intrigava muito a sensação da eternidade, o quê iríamos fazer nesse tempo todo? Cantarmos e tocarmos harpa eternamente?

Uma pessoa disse que no céu também seria lugar de trabalho – contrariando a ideia clara da Bíblia, que fala de descanso... Já outros debatem se haverá ou não casamento, como se esse tema já não tivesse sido claramente resolvido por Jesus...

Um outro chegou à conclusão que os céus serão como uma cozinha, um eterno bate papo de cozinha, onde a família se reúne e se delicia em volta de um fogão.

O fato é que a Bíblia não descreve de maneira concreta. Existem muitas figuras e metáforas. Talvez a mais rica delas é a que diz que os céus serão como bodas, as Bodas do Cordeiro. Um grande banquete de casamento, onde o noivo se une a sua noiva por toda e para toda eternidade. A alegria de uma festa de casamento, mas muito mais que isso. É o convívio eterno, o relacionamento íntimo e amoroso entre Deus e seu povo, entre Jesus e seus remidos – a sua igreja, a sua esposa.

Pouco antes da última batalha, que custaria as vidas de quase todo seu pelotão e sua própria, o capitão Miller conversava com seu soldado Ryan – encenado por Matt Damon: "Sir, não consigo me recordar dos rostos de meus irmãos" – seus três irmãos haviam morrido em combate. Ele era o último filho sobrevivente e por isso precisava ser resgatado. Miller o aconselha - "Pense no contexto. Quando não consigo me lembrar dos rostos, tento pensar em um contexto. Por exemplo, quando não vejo o rosto de minha esposa. Penso nela quando cuidávamos do jardim, ela podando as rosas..." Então Ryan relata um episódio engraçado onde ele e seus irmãos se divertiam: "... e foi a última vez que vi meu irmão mais velho. Depois ele fora enviado à guerra".

Em meio à tenção da espera pela chegada das tropas inimigas alemãs, em meio ao bate papo durante a momentânea calma, Ryan tenta angariar algo pessoal de seu Capitão, um homem sóbrio e valente, que era porém cercado por seus segredos: "Capitão, me fale sobre você, sua esposa e as rosas! Me conte como era".

Capitão Miller – encenado por Tom Hanks – balança a cabeça negativamente: "Não" - ele sabia que aquela poderia ser a última batalha. Se sobrevivessem voltariam para casa, ele para sua amada, que o esperava. Mas e se não sobrevivessem?… "Não, Ryan, isso eu guardarei só para mim".

“As coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem, são as que Deus preparou para os que o ama.” - 1Cor 2:9

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